top of page

Posts do fórum

Renan Pessoa
16 de abr. de 2020
In LEITURAS
Ler Kundera é encontrar sossego em madrugadas de ansiedade. A maneira como o autor costura o erudito com o popular na construção de suas metáforas e interconecta as teias que vão sendo construídas ao longo de seus textos, traz uma experiência muito gostosa de leitura. A festa da insignificância nos recebe com situações e diálogos que se mostram a primeiro momento destituídos de sentido, totalmente aleatórios. Conforme a leitura, a insignificância vai ganhando significado, significado este que não pode ser traduzido a não ser pelo auxílio das lentes de Alaín, Ramon, Charles, da sua, da minha, de Calibã ou do próprio líder totalitário Stalin. Chega a ser irônico como um mundo que se pretende repleto de significados, inevitavelmente caia na teia da insignificância para encontrar ou tentar justificar os seus sentidos. Em uma passagem que me chamou muita a atenção, o autor sob a influência de Schopenhauer lança a seguinte reflexão; ''Existem tantas representações do mundo quanto pessoas sobre o planeta; isso cria inevitavelmente o caos; como pôr ordem nesse caos?'' Quem profere tais palavras na obra é Stalin, e a história nos concebe que a sua resposta para questão não pôs ordem em caos algum. O caos é inevitável assim como as representações. O livro na minha opinião, não é a melhor, nem a pior obra de Kundera. A leitura é fácil, acessível e eu recomendo, assim como todos os outros que eu li. ''A insignificância, meu amigo, é a essência da existência. Ela está conosco em toda parte e sempre. Ela está presente mesmo ali onde ninguém quer vê-la: nos horrores, nas lutas sangrentas, nas piores desgraças. Isso exige muitas vezes coragem para reconhecê-la em condições tão dramáticas e para chamá-la pelo nome. Mas não se trata apenas de reconhecê-la, é preciso amar a insignificância, é preciso aprender a amá-la. Aqui, neste parque, diante de nós, olhe, meu amigo, ela está presente com toda a sua evidência, com toda a sua inocência, com toda a sua beleza.''
A festa da insignificância, Milan Kundera, 2014. content media
2
0
14
Renan Pessoa
13 de abr. de 2020
In LEITURAS
Quando terminar de ler compartilho minha opinião.
3
3
22
Renan Pessoa
13 de abr. de 2020
In LEITURAS
Essa vai para você que chega no bar achando que é o Zeca Pagodinho e sai de lá pensando que é o Sócrates. Teeteto é um jovem filósofo de Atenas que por conta de sua virtude levanta a curiosidade do nosso conhecido parteiro Sócrates. Em um interessantíssimo diálogo daqueles que você tem com você mesmo de quarentena e chega a conclusão que não sabe de porra nenhuma, Sócrates busca parir através do jovem Teeteto um entendimento verdadeiro (Episteme) para o conhecimento. O texto é lotado de reflexões legais e muito bem fundamentadas que basicamente derivam de três de pressupostos (Olha a colher de chá) que são eles: Episteme como sensação, na primeira parte do diálogo, Episteme enquanto opinião verdadeira, na segunda parte do diálogo e episteme enquanto opinião verdadeira acompanhada de explicação racional, na terceira parte. Será que chegam a alguma conclusão? Vá ler! O texto é bem legal, te transporta para a Grécia antiga e te coloca na Acarajé da Dinha Ateniense de 2.400 AC com Sócrates e Zeca pagodinho para você lembrar que você é só você mesmo... Como eu sou um cara gente boa, vou disponibilizar o PDF aí pra vocês. Agradecimento especial ao Pedro que me recomendou esse texto. Um grande Abraço, http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000068.pdf
Teeteto, Platão, por volta de 400 AC. content media
4
0
21
Renan Pessoa
12 de abr. de 2020
4
3
43

Renan Pessoa

Escritor
Mais ações
bottom of page