Via o sol tocar e acariciar suavemente o rosto dela
um tom forte numa tela pastel
um contraste que se encontra em uma viela qualquer em Amsterdã
um sorriso sincero que se retribui depois de trocar olhares ligeiros
um encaixe honesto e verdadeiro, se achar um pouco no outro e saber que não está só.
A graça do compartilhar
a leveza do saber amar.
Queria que todas as vielas fossem as mesmas
e cada surpresa fosse o encontro comigo mesma.
Estamos em todos e tudo está em nós
Tão estranho quando não se consegue achar o olhar do outro
impossível assim é de conseguir um sorriso
Imagine só
um mundo sem reciprocidade
Não digo que é necessário de imediato, muito menos vir do mesmo ser
Imagina se fechar tanto e não se desprender?
Ter cores e não saber transparecer?
As ruas de Berlim me ensinaram isso
a carga fica impregnada quando se insisti demais em algo que precisa de ir
Mais uma vez
a insustentável leveza do ser.
Tayana Manfroi 01.2020
a tomada da partilha