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Foto do escritorLua Pche

Terreno regado a lágrimas

É muito complicado procurar por ‘formas de se acalmar durante uma crise ansiosa’ no Google ou em redes sociais. Muitas vezes nos deparamos com soluções simplistas que não fazem o menor sentido: “respire fundo”, “tente se acalmar”.……. Se isso fosse mesmo efetivo você não estaria fazendo essa pesquisa.



A ansiedade é, antes de mais nada, resultado de uma forma de viver: uma lógica estressora e opressora, que a princípio é externa a nós (nos é ensinada) e que depois acabamos reproduzindo conosco e com os outros. É, dessa forma, resultado de conteúdos inconscientes que à primeira vista estão “fugindo do nosso controle”. Quem já passou pela péssima experiência sabe que quanto mais focamos em “não sentir nada, tentar afastar a crise”, com mais força ela vem. Por quê?


Vamos então no sentido contrário: Sentimentos pedem passagem, acolher suas fraquezas significa reduzir o julgamento que você faz sobre elas. Isso é um trabalho gradual e não-linear!!! Reduzir a ansiedade não vem de respirar fundo ou exercer controle, mas de não nos condenarmos nos nossos vacilos, ou ainda, perceber que nos punimos para expurgar a culpa que carregamos. Julgamento é o que já recebemos constantemente dos outros. Vamos lembrar o contexto em que estamos, no tempo, na história. Suas partes “incontroláveis” não são lixo. Nossos sentimentos não são descartáveis. Vamos ser gentis com nossas cicatrizes.


Se há uma crise no caminho, o progresso não foi perdido, a luta não foi perdida, o aprendizado está lá. Isso sim reduz a ansiedade, que vai cedendo à medida que reconhecemos nossos símbolos e validamos nossa história para nós mesmos.


Sempre bom lembrar: se hidrata, faz uns alongamentos, dança aquela música com seu fone de ouvido, bota a serotonina pra funcionar pra você, dê carinho num animal e lute pelos seus direitos.


Arte: Em Niwa.

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