O trauma é um processo não finalizado no nosso organismo. Ele ainda está lá presente no espaço-sem-tempo do inconsciente, onde passado, presente e futuro se mesclam.
Os sintomas são como pedidos de ajuda para que você escreva o final deste capítulo na sua história. Não estamos condenados às coisas que nos acometeram e que não tivemos a chance de escolher. A escolha se faz no presente e você está tentando à sua forma.
Vou listar alguns comportamentos que podem ser respostas traumáticas:
- Gritar ou repreender desproporcionalmente, intimidar os outros e violar limites são comportamentos que podem indicar um estado defensivo.
- Sumiço nas relações, mentir sobre eventos que não aconteceram, evitar intimidade, dificuldade na comunicação por medo de se expor podem ter conexão com a evitação ou esquiva.
- Desconexão das próprias emoções, dificuldade em reconhecer sensações e sentimentos, memórias confusas sobre sua vida, sentir-se “fora do corpo” podem indicar rupturas traumáticas.
- Negar suas próprias necessidades, fazer auto sacrifícios e dificuldade em dizer não podem indicar ânsia em agradar e/ou ser aceito.
- Lidar consigo mesmo como se fosse uma figura paternal controladora, que pune e deprecia, com tendências compulsivas são alguns comportamentos que apontam para a autopunição.
Se visualizou em algum comportamento? O que chamamos de “personalidade” pode ter suas raízes em respostas pós trauma. Se transformar é libertador.
A terapia não vai ser sempre confortável, te dar mais controle, dar ótimos conselhos ou focar no que há de melhor em você. Ela faz isso também, mas te ajuda a encontrar suas próprias soluções, fazer uma espécie de dicionário da sua linguagem e te fornecer ferramentas para a transformação da sua visão de mundo.
Arte: Yuko Kurihara.
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